Um detalhe muda tudo! Não é novidade que “11 de Setembro” rendeu, entre várias outras coisas, dezenas de filmes à Hollywood. A novidade é que 10 anos depois do ocorrido um filme usa brilhantemente o fato como pano de fundo pra uma história completamente emocionante.
Oskar Schell (muito bem interpretado por Thomas Horn, um garoto de 14 anos estreante no cinema) é um garoto com Síndrome de Asperger, que é uma espécie de variação do autismo, o que o torna mais inteligente do que sua idade para alguns assuntos, e muito receoso à outros. O garoto é extremamente ligado à seu pai, Thomas Schell (Tom Hanks). Thomas sempre incitara seu filho a resolver enigmas, utilizando da grande inteligência do garoto e de seu grande gosto por resolvê-los. Entretanto, no acidente de 11 de Setembro ele morre. Oskar, apesar das aparências, não consegue superar a morte de seu pai e, um ano depois, encontra uma chave em um vaso que estava no closet de Thomas.
Com essa chave e com as pistas que encontra, o garoto usará de toda sua grande e metódica inteligência para descobrir a fechadura daquela chave, na esperança de resolver mais um enigma que o deixaria ainda mais próximo do pai.
Esta seria a sinopse de Extremely Loud and Incredibly Close (Tão Forte e Tão Perto). Mas sinopses não querem dizer nada. O ser humano é, inexplicavelmente, capaz de emocionar e ser emocionado. Talvez esse seja um dos motivos de ser o único ser capaz de chorar. Com uma história que exala emoção nos pontos certos e cercado por uma história que coloca o espectador dentro do personagem principal, Extremely Loud and Incredibly Close é um filme fascinante.
Na crítica feita por meu companheiro André Malta em A Árvore da Vida (link) ele inicia seu texto com as seguintes questões: “Alguém já conseguiu definir com clareza algo abstrato? Como se desenha o amor? Como compor algo tão subjetivo de forma singular, concreta?”. Talvez nada disso seja explicável como busca Oskar, incessantemente, explicações para tudo e sua mãe (Sandra Bullock) tenta demonstrá-lo que algumas simplesmente não se explicam. E é por isso que a arte, em suas várias formas, é fascinante. Embora não explique, ela de alguma maneira nos transporta para aquele "algo inexplicável", nos toma e nos faz sentir tudo aquilo que ela quer passar, que ela quer nos fazer sentir. Inexplicável!
Dirigido por Stephen Daldry, com produção de Scott Rudin e roteiro de Eric Roth, Extremely Loud and Incredibly Close é feito nos detalhes para transportar o espectador para dentro dele. Desde tomadas bem feitas até a narração propositalmente explicativa, com variações de velocidade e tom da voz. Não sei explicar, mas talvez esse seja um daqueles filmes “ame-o ou odeie-o”. Somente talvez.
Nenhum comentário:
Postar um comentário