A Invenção de Hugo Cabret


De Evandro Oliveira

Baseado no livro de Brian Selznick, Hugo (A Invenção de Hugo Cabret) mostra, com devida sutileza, como o cinema foi/é encantador e apaixonante desde sua criação. Dirigido por Martin Scorsese – diretor de “Taxi Driver”, “Gangues de Nova Iorque”, “O Aviador”, “Ilha do Medo”, entre outros – Hugo nos leva a uma viagem no tempo, misturando tecnologias.

O filme conta a história de um garoto que aprendera com seu pai a consertar coisas e tinham como grande desafio consertar um robô que seu pai encontrara. O pai morre em um incêndio deixando o garoto órfão, que é levado por seu tio alcoólatra para morar na estação ferroviária de Paris, mas que logo o abandona lá. Sobrevivendo de pequenos furtos e no anonimato de consertar os relógios da estação, o garoto mantém vivo o sonho de arrumar o robô e isso o levará a descobertas que vão além da máquina, descoberta de uma parte da vida que um ranzinza senhor tenta esquecer.

O desenvolver do filme é suave, mas não lento. Narrado pelas aventuras das duas crianças (Asa Butterfield e Chloe Moretz), Hugo nos remete a uma prazerosa visão do passado e a uma boa história por trás, sem perder o tom aventurístico inicial, com toques filosóficos e metalinguísticos. O saudosismo de Martin Scorsese faz-se presente no desenrolar, acrescentado com uma bela homenagem ao cineasta George Meliès, um dos precursores do cinema.

Contando com uma bela direção de arte e mostrando um mix de tecnologia, ao usar o 3D pra mostrar os primórdios do cinema, Hugo é um bom filme: uma história interessante, um bom diretor, divertido, envolvente. Traços de um bom filme, não algo extraordinário. Não que todos os filmes devam ser “extraordinários”; Hugo cumpre muito bem o que se propôs a fazer.
 
Curiosamente os dois filmes considerados favoritos ao Oscar – esse e O Artista – são filmes que remetem ao passado do cinema, tratando-o como uma arte desde seu princípio, o que poderia soar como uma idealização, não fosse o bom trabalho feito em ambos.


Nota do Evandro: 8.0 

Nenhum comentário:

Postar um comentário